Notícias
Relatório da Emater sobre comunidades Guarani é entregue à Prefeitura do Rio Grande
04/11/2025
Compartilhe esse conteúdo:
Compartilhe:
O secretário de município de Relações Institucionais e Comunitárias, Cláudio Costa recebeu, na sede da Prefeitura do Rio Grande, o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Rogério Silveira, que realizou a entrega do Diagnóstico das Comunidades Guarani no Rio Grande do Sul. O documento foi elaborado pela Emater estadual entre agosto e dezembro de 2024, e traz um retrato detalhado da presença dos guaranis no território gaúcho, identificando 62 aldeias distribuídas em 36 municípios.
A entrega contou com a participação de lideranças indígenas locais, entre elas os caciques Eduardo e Gildo Gomes da Silva (Qaraí), da aldeia Tekoa Pará Rokê, em Domingos Petroline, e do Cassino. O relatório apresenta um amplo levantamento sobre a realidade social, ambiental e cultural das comunidades Guarani, abordando aspectos como habitação, educação, saúde, organização econômica, modos de vida e uso do território, e aponta as necessidades dessas comunidades.
De acordo com o engenheiro agrônomo Rogério Silveira, o diagnóstico representa um marco de conhecimento sobre as populações indígenas no estado. “É um material completo, resultado de um trabalho que percorreu todas as regiões onde há presença guarani. Reúne informações socioambientais, culturais e produtivas, além de dados sobre as condições de vida e as principais demandas dessas comunidades”, explicou Silveira.
Coordenadora de Políticas Públicas para os Povos Indígenas, Tatiana Freitas salienta a importância do diagnóstico para o fortalecimento das políticas voltadas aos povos originários. Disse que recebia com muita alegria o material feito com tanto cuidado pela Emater. “Ele reconhece as comunidades guarani do extremo sul do Estado, registrando a presença dessas aldeias no município do Rio Grande, que muitas vezes não é lembrado como um território indígena. É um documento que dá visibilidade e valoriza nossa história local”, afirmou a coordenadora.
Atualmente, o município do Rio Grande abriga cerca de 104 pessoas indígenas, sendo a maioria da etnia Guarani Mbyá, distribuídas em quatro aldeias — entre elas, as localizadas nas regiões de Domingos Petrolini e do Cassino. Parte dessas comunidades é formada por famílias que retornaram ao território após décadas afastadas, em um processo de retomada e reorganização comunitária iniciado em 2015 e consolidado em 2017. Com tantas informações no diagnóstico, Tatiana comentou que ficou muito feliz de ver a história sendo registrada.
Poço d'água
O cacique Qaraí (Gildo Gomes da Silva) elogiou a relevância do documento para o diálogo com o poder público e apontou as principais demandas da comunidade. “Esse diagnóstico é muito bom, mostra nossas necessidades e o que precisa ser melhorado. Nossa principal preocupação hoje é com o abastecimento de água. O poço artesiano da aldeia ainda não foi finalizado, e no Verão há risco de falta d’água. Esperamos que, com o apoio da Prefeitura, esse problema possa ser resolvido”, declarou o líder indígena.
Compartilhe:
de
2