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Buscando dar visibilidade às reivindicações das mulheres rio-grandinas em tempos de crise climática, a roda de conversa “Quem paga a conta das mudanças climáticas?” reuniu no Salão Nobre da Prefeitura, na tarde desta sexta-feira (28), trabalhadoras do campo e das águas para debater sobre como as alterações do clima impactam a rotina dessas mulheres. Essa ação faz parte da campanha Março Lilás e foi realizada pela Secretaria de Município de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (SMMA), com o apoio da Secretaria de Município de Relações Institucionais e Comunitárias (SMREIC).   

A fiscal ambiental da SMMA, Maria Beatriz Beliski, deu início à roda de conversa, apresentando as convidadas e trazendo dados referentes aos efeitos das mudanças climáticas a longo prazo, que se confirmam, a cada dia, como um ponto de atenção para todas e todos. “Acreditem na ciência”, reforçou.

Para a secretária adjunta de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Daiane Marques, que também participou da mesa, as mudanças climáticas revelam e aprofundam as disparidades de gênero. “As mulheres culturalmente sempre foram cobradas porque são elas que cuidam de tudo e de todos, mas as mulheres não ocupam os espaços de decisão e de construção. Está na hora de mudar essa realidade”.

A adjunta finalizou sua fala enfatizando duas palavras-chave: desigualdade e participação. Ela defendeu que é preciso combater a desigualdade que afeta as pessoas mais vulneráveis e garantir a participação das comunidades na construção de um futuro mais justo e sustentável.

Também integraram a mesa as convidadas Damiani Trindade, presidente da Cooperativa de Reciclagem do Cassino, Viviane Machado Alves, pescadora e sub-prefeita da Ilha dos Marinheiros, que recentemente recebeu o Prêmio Mulheres das Águas do Ministério da Pesca e Aquicultura na categoria Pesca e Aquicultura em Águas Estuarinas, Ana Paula Bastos Machado, agricultora familiar na Ilha do Leonídio, Érika Xavier, representando o Movimento Nacional de Luta pela Moradia, e Denise Miranda, representando a pesca da Ilha da Torotama. 

As convidadas compartilharam suas perspectivas e os desafios enfrentados em suas comunidades, tanto nas áreas ribeirinhas quanto no interior do Município. As mulheres relataram como a estiagem prolongada dos anos anteriores, seguida pelas enchentes de 2024, impactaram diretamente seus meios de subsistência, seja na agricultura ou pesca artesanal, seja na coleta de materiais recicláveis. 

Em sua fala, a prefeita Darlene Pereira celebrou a presença de mulheres em um espaço de discussão sobre as mudanças climáticas, um tema historicamente dominado por homens. “A nós, não cabia discutir isso, mas hoje esse espaço é nosso”.

Darlene também destacou a força e a resiliência das mulheres, ressaltando a importância de transformá-las em agentes de mudança social. Ela parabenizou as ações realizadas ao longo do Março Lilás e agradeceu pelo engajamento na campanha. 

O evento também proporcionou um espaço para que as mulheres presentes compartilhassem seus próprios testemunhos, expressando suas expectativas em relação às políticas públicas direcionadas às comunidades mais vulneráveis do Rio Grande. Além disso, contou com um momento de confraternização, com o objetivo de fortalecer os laços entre as cidadãs e o Município.