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A Prefeitura do Rio Grande informa à população que a partir desta quarta-feira (25), passará a emitir diariamente, pelos menos, dois boletins oficiais sobre a situação das cheias no Município. A finalidade do documento é dar transparência e manter a população atualizada sobre a passagem pela cidade das águas provenientes do acúmulo de chuvas na última semana nas bacias do Jacuí-Guaíba, Camaquã, São Gonçalo e Arroio Velho. O canal da Barra, situado em Rio Grande, é o ponto natural de escoamento das águas até o mar. Confira o Boletim das 13h desta quarta-feira no link a seguir: https://drive.google.com/file/d/1Fn8uQ6LzWC_NDKB3b6aVL6SyzyVeP7p1/view 

Os dados contidos no boletim incluem informações como o nível da Lagoa dos Patos em Rio Grande, a direção dos ventos – que é fator predominante para o represamento (sul e sudoeste) ou auxílio no escoamento das águas (norte e nordeste) em direção ao oceano – áreas de risco, pessoas em abrigos, ruas bloqueadas por pontos de alagamentos, serviços de balsa e telefones de emergência. Os dados são reunidos pelo Escritório de Comunicação da Prefeitura, a partir de informações enviadas pela Defesa Civil e secretarias municipais. O monitoramento via boletim será realizado até a regularização da situação.

Mudança na medição da Lagoa

A partir destes boletins, para melhor entendimento da população, a Prefeitura começa a adotar como referencial o nível mínimo de altura da cidade, que é o final da Rua Marechal Deodoro. No local, a cota de inundação é de 80cm, ou seja, qualquer valor acima significa que a água da Lagoa dos Patos está invadindo a cidade. 

Esse nível é o adotado pela Furg e pesquisadores que atuam no setor, e que tem auxiliado a administração pública com o fornecimento de informação. Na prática, representa que o menor nível de Rio Grande está 80cm acima do marco referencial utilizado por todos os órgãos do Governo Federal para a medição de corpos hídricos. 

Todas as divulgações de atualização do nível da Lagoa dos Patos terão como base essa informação e as medições serão feitas pelo linígrafo instalado no cais do CCMAR, aparelho que serve justamente para aferição dos níveis de água.

Ações preventivas

Desde a última semana a Prefeitura do Rio Grande vem preparando medidas preventivas para atender a população. Entre as ações estão a preparação de três abrigos para famílias que necessitarem de acolhimento. Um deles vai ser localizado no Povo Novo e deve atender moradores das ilhas. Os outros dois serão localizados na região do Centro.

Assim como em 2024, a participação de órgãos de Segurança deverá ser fundamental para atender famílias que necessitarem ser resgatadas. Embarcações para atender no resgate de desabrigados deverão estar aptas para essa situação. A Defesa Civil contará com apoio da Guarda Municipal para auxiliar em situações que envolvam a interrupção de ruas e, também, haverá o suporte do Exército, Marinha e Corpo de Bombeiros, que já estão de prontidão para o atendimento das diversas situações provocadas pelas cheias.

Monitoramento do Guaíba 

A administração municipal também está monitorando detalhadamente a situação do Rio Guaíba, que abrange Porto Alegre e região metropolitana. As águas desta bacia têm como destino natural a Lagoa dos Patos e, por esse motivo, tem direta influência nos níveis registrados pelas cidades banhadas pela Lagoa, como é o caso de Rio Grande. 

Atualmente, a taxa de vazão do Guaíba é de 14mil m³/s, quantidade semelhante ao registrado durante as cheias de setembro de 2023. Em 2024, nos pontos mais críticos das enchentes, essa mesma taxa chegou a patamares próximos de 30mil m³/s.

Conforme estimativa do secretário de Planejamento, Habitação e Regularização Fundiária, Glauber Gonçalves, engenheiro membro do Comitê de Eventos Extremos da FURG e uma das principais referências da região sobre o tema, as águas que hoje causam as enchentes nas áreas banhadas pelo Guaíba devem chegar a Rio Grande em cerca de 10 dias.