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A Prefeitura do Rio Grande vai aumentar os investimentos na aquisição de produtos da agricultura familiar neste ano, especialmente aqueles que são produzidos na área rural do município, como na ilha dos Marinheiros, Povo Novo e nas regiões da Palma e do Arraial. Conforme dados da Secretaria de Agricultura e Pecuária (SMAP), Rio Grande prevê adquirir cerca de R$ 700 mil em produtos fornecidos por agricultores familiares locais via Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O valor é bem superior aos R$ 70 mil de 2024, que foram baixos em função da enchente, e superam os R$ 530 mil de 2023. Hoje, entre os principais produtos fornecidos pela agricultura familiar local estão cebola, beterraba, batata doce, couve-flor, brócolis, cenoura, couve, repolho, alface e temperos verdes.

De acordo a Emater, em 2023, participaram do PNAE 29 produtores, distribuídos em diversas regiões do município. Entre eles, destacam-se duas agroindústrias onde uma produz alimentos minimamente processados e a outra produz suco de uva. Esses produtores abasteceram 75 escolas da rede municipal e 10 escolas da rede estadual, gerando um rendimento de R$ 530 mil.

Uma sugestão para que mais produtos da agricultura familiar sejam incluídos pelo Município na merenda escolar, via PNAE, foi apresentada nesta quarta-feira (26) à tarde, em reunião na sede do Executivo Municipal. Na agenda, a prefeita Darlene Pereira recebeu integrantes da Cooperativa Terra Livre, uma das principais fornecedoras de orgânicos produzidos pela agricultura familiar do Brasil. Durante a conversa, foram apresentados alguns produtos da Cooperativa, como arroz, feijão, sucos e mel.

Há o interesse da Cooperativa em incluir mais produtos na merenda das escolas rio-grandinas. Porém, a inclusão depende da abertura de novo edital da Secretaria da Educação (SMEd), via Programa Nacional Alimentação Escolar (PNAE), previsto para o final do ano. O PNAE determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) devam ser usados para comprar alimentos da agricultura familiar.

Além da prefeita, participaram da reunião com a Cooperativa o secretário de Relações Institucionais, Cláudio Costa e a adjunta da pasta, Thaís Saggiomo e o superintendente da Secretaria da Agricultura e Pecuária (SMPA), Cledenir Mendonça. Carlos Pansera e Adelar Pretto representaram a Cooperativa Terra Livre. Pretto acentuou que a ideia é incluir, cada vez mais, alimentos saudáveis e orgânicos na mesa de todas as pessoas, neste caso, para as crianças da rede pública de ensino. “Quem é que não gosta de um arroz e feijão bem saudáveis”, indagou.

O secretário Cláudio Costa frisou que a visita da Cooperativa foi institucional. Lembrou que ela já fornece alimentos para o município, desde 2013, e que há o interesse da Prefeitura em ampliar o percentual de 30% determinado pelo PNAE para a alimentação escolar. “A prefeita Darlene quer melhorar a qualidade da merenda. Isso é um compromisso assumido na campanha eleitoral e há a possibilidade de se ampliar os produtos da agricultura familiar nesse segmento”, explicou. Rio Grande tem cerca de 20 mil crianças na rede municipal de ensino e, muitas vezes, “a escola é onde parte delas têm a principal refeição do dia”, citou o secretário.

Terra Livre

É uma cooperativa central no Brasil que organiza diversas cooperativas de assentados da reforma agrária e agricultores familiares. A Cooperativa Terra Livre atua como ferramenta de comercialização para os produtos destes camponeses, com objetivo de possibilitar o acesso ao mercado, de forma justa, valorizando seu trabalho e seu produto, eliminando atravessadores e proporcionando seu reconhecimento social enquanto produtoras/es do alimento.

A cooperativa tem como objetivo principal estimular a organização da produção e a comercialização de alimentos saudáveis, utilizando os princípios das produções agroecológicas, evitando a prática de agrotóxicos e Organismo Geneticamente Modificado (OGM).