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CRAM completa dois anos atuando na proteção e acolhimento às mulheres vítimas de violência

06/05/2025

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No dia 05 de maio, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência - Márcia Regina Mello de Freitas - CRAM completou dois anos de funcionamento. Localizado na Avenida Silva Paes, nº 191, 5º andar, o espaço foi criado para oferecer atendimento humanizado e multidisciplinar às mulheres vítimas de violência doméstica.

Desde sua inauguração, o CRAM já acolheu e atendeu 464 mulheres em situação de violência, conforme destacou a coordenadora Camila Freitas durante o evento. Ela salienta que o CRAM é um dispositivo da Secretaria de Município de Assistência Social e Direitos Humanos, e integra a Rede de Apoio à Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, da qual fazem parte o Juizado de Violência Doméstica, a Patrulha Maria da Penha, a Delegacia Civil e da Mulher, Conselhos Municipais, CAPS, CREAS, CRAS, Grupo Fenix, além da Casa de Acolhida, comandada por Ana Paula Almeida.

A superintendente Letícia Corrêa também reforçou a importância do trabalho desenvolvido no local, exaltando o esforço da equipe da assistência social e a força da rede de apoio. “Hoje nós temos um centro especializado e isso é muito gratificante, nossa rede aos poucos está crescendo. Apesar de ainda dispormos de pouco pessoal, temos atendimento psicossocial, apoio do projeto da faculdade Anhanguera, entre outros. Hoje estamos comemorando o nosso espaço, estamos muito felizes em celebrar essa data, mas sabemos que todos os outros dias são bem difíceis, porque a violência está cada vez mais forte”, ressaltou.

A secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Dianelisa Amaral, destacou a importância do CRAM em resgatar a essência das mulheres atendidas, reconstruindo sua dignidade e autoestima. “Aqui no CRAM, com o apoio de toda a rede, a mulher é lembrada de que a situação de violência é momentânea. Ela é acolhida e relembrada de que ela é uma pessoa cheia de sonhos. Infelizmente, em algum momento a violência atravessou essa mulher, mas ela é muito mais do que isso, e o papel do CRAM é esse: lembrá-la de que a violência não a define”, afirmou. Dianelisa também agradeceu e ressaltou o trabalho do Conselho Tutelar nos casos que envolvem crianças e adolescentes.

A promotora de Justiça, dra. Valdirene Sanches Jacobs, destacou o trabalho essencial do CRAM na proteção às mulheres e resgatou, com sensibilidade, a história por trás do nome do centro. “O CRAM leva o nome de uma mulher rio-grandina que teve sua vida ceifada através de violência doméstica. Ela sofreu feminicídio no ano de 2013 porque o marido não aceitou a decisão dela de separação. A Márcia Regina descobriu um caso de infidelidade e não queria mais estar naquele relacionamento. Foi então que, enquanto ela dormia, o marido se aproximou, munido de etanol e isqueiro e ateou fogo nela. Uma situação de muito sofrimento, com uma violência vinda de um homem que deveria protegê-la, era o seu companheiro e pai de seus filhos. Após ser preso e passar alguns anos na cadeia, esse homem se suicidou. Essa é a história por trás do nome do CRAM – Márcia Regina Mello de Freitas. O sofrimento que ela teve e o nome dela estão aqui representados nesse serviço tão importante, que acolhe e ajuda tantas mulheres”, relatou.

As palestrantes convidadas, Maria Lose e Marisa Pires, trouxeram relatos emocionantes e inspiradores, além de uma mensagem de perseverança e de também exaltarem o trabalho que é realizado diariamente no CRAM. Encerrando o evento, a assistente administrativa Maria Ignes Goulart agradeceu a presença de todos e compartilhou um pouco da experiência cotidiana de quem atua na linha de frente. “Eu faço parte do CRAM há quatro meses e tem dias que nós saímos daqui 'com um gorila nas costas', porque nós vemos problemas de mulheres que escolheram os seus agressores por amor. As mulheres que atendemos são desde a moradora de rua até a mulher que mora no condomínio de luxo. Infelizmente, é assim. O 'gorila nas costas' que eu falo para vocês é sobre quando não conseguimos solucionar, porque depende desta mulher. E muitas vezes ela vem uma, duas, três, quatro vezes, o processo é longo e doloroso, mas aqui nós aprendemos com a Deiza Gomes, a nossa psicóloga, que nós não devemos julgar. Mas, apesar de tudo, quando conseguimos solucionar, nós saímos daqui aliviadas. Obrigada a todas e todos que fazem o CRAM acontecer”, finalizou.

A prefeita Darlene Pereira também prestigiou o evento e fez questão de exaltar o trabalho do centro e de toda a rede de enfrentamento à violência. “Quero parabenizar vocês pelo trabalho e falar da importância. Estamos comemorando dois anos de CRAM, mas temos muita história de criação. Agradecer a presença da Vânia, que é servidora aposentada, mas que hoje está aqui para comemorar esse momento. Agradecer a todos que constituíram este local, que é um importante espaço de defesa e de cuidado com as mulheres. Eu ainda hoje comentava que tivemos mais um feminicídio, e isso é muito triste. Nós precisamos estar unidos, homens e mulheres, para trabalhar na proteção e no cuidado com as mulheres. Então, vida longa ao CRAM”, celebrou.

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