Notícias
Palestra aborda corredores ecológicos e exemplos positivos do modelo para enfrentamento ao aquecimento global
09/06/2025
Compartilhe esse conteúdo:
Compartilhe:

O tema “corredores verdes” ou ecológicos foi tema de uma palestra do engenheiro e especialista em Planejamento Energético e Ambiental, Vicente Rauber. Ele abordou o assunto, na tarde desta sexta-feira (6), em mais uma atividade do Junho de Debate Ambiental, programação desenvolvida pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (SMMA) do Rio Grande, com eventos previstos até o dia 27 deste mês. A palestra foi na sede da SMMA e está disponível na íntegra no Youtube da Prefeitura Municipal.
Antes da palestra, assistida por integrantes de várias secretarias de governo e por entidades do Meio Ambiente do Rio Grande, o secretário da SMMA, Antônio Carlos Soler citou o trabalho que vem sendo realizado pela sua pasta no Município. Citou, por exemplo, que nesta data foi realizada a primeira edição do Plantio Comunitário pelo Clima, na Vila Mangueira, “uma área extremamente carente de arborização urbana, como é a nossa cidade”, lembrou Soler. Esse tipo de plantio vai ser ampliado para outras regiões do Município. Ele citou a criação do Parque Municipal das Caturritas, no Cassino, e o Dia do Plantio, Lei que foi sancionada na tarde de quinta-feira pelo vice-prefeito Renato Gomes.
Por sua vez, e em cerca de uma hora de conversa, Rauber discorreu de forma introdutória sobre questões técnicas referentes à camada de ozônio, efeito estufa e à emissão de gases, fatores diretamente associados com o aquecimento global e com os eventos climáticos extremos que temos enfrentado de forma cada vez mais frequente. Na sequência, iniciou seu relato sobre a experiência exitosa da cidade de Medellín, na Colômbia, que investiu na criação de extensos corredores verdes para enfrentar os problemas causados pela poluição. O tema também já é pauta de estudos por parte da SMMA para viabilização e aplicação em Rio Grande.
Conforme Rauber, em 2016 a Universidade de Antioquia, sediada em Medellín, conduziu um estudo que apontou mais de 1900 mortes relacionadas com problemas causados pela poluição. A partir desse contexto, um grande movimento foi iniciado para implantação dos corredores verdes, visando a qualificação do ar da localidade a partir da arborização.
Atualmente, 30 corredores verdes marcam a cidade colombiana de cerca de R$ 2,5 milhões, que também trabalhou em outras frentes, como na ampliação dos parques. Grandes avenidas hoje são costeadas por áreas arborizadas, também presentes nas margens dos cursos d’água que cruzam a cidade.
Além de combater as mortes conectadas com os efeitos da poluição, os corredores verdes contribuíram para a redução da temperatura média da cidade, que baixou entre 2 e 3 graus. “Não tem nada que consiga reter os gases do efeito estufa como a vegetação. Ela incorpora o gás carbônico, os gases que já foram emitidos são captados pela vegetação que depois libera o oxigênio. É uma máquina espetacular que reduziu a poluição e hoje não há mais mortes pela poluição”, avalia o palestrante. Ele acrescenta que o resultado encontrado em Medellín é um centro urbano “no meio do mato, bonito e agradável” e que rendeu para a cidade o apelido de “Cidade da Eterna Primavera”.
Diante desse contexto, ele defende que o modelo seja adaptado para outras cidades, como para o Rio Grande, a partir de uma grande mobilização. “A SMMA poderia liderar um grande movimento, com as universidades, Embrapa, Emater, outras forças vivas da cidade e a sociedade como um todo. Rio Grande tem condições de ser uma Medellín. A concepção de cidades de asfalto e concreto é inviável. É possível fazer uma cidade ‘carbono 0’, que retém os gases no mesmo nível que emite. Podemos ter cidades muito saudáveis, bonitas e prazerosas, e o planeta vai agradecer profundamente”, diz.
Compartilhe:
de
0