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Na tarde desta segunda-feira, 04, abrindo oficialmente o calendário de atividades do Agosto Lilás – mês de conscientização e combate à violência contra a mulher, o Centro de Referência em Atendimento à Mulher – CRAM promoveu uma roda de conversa para abordar o tema.

O encontro foi voltado às mulheres vítimas de violência atendidas pelo centro, com o objetivo de promover um momento de troca de experiências e escuta. A convidada, promotora de Justiça no Combate à Violência Doméstica, Valdirene Jacobs, abordou com sensibilidade, carinho e atenção assuntos como dependência emocional, marcas físicas e psicológicas que são deixadas nas vítimas de violência e a dificuldade em romper o ciclo.

A promotora também falou sobre os avanços das políticas públicas de proteção às mulheres e a diferença visível na sociedade, citando o exemplo do próprio CRAM como ferramenta de extrema importância no amparo às vítimas. Anos atrás, antes da criação da Lei Maria da Penha, as autoridades não possuíam muitas alternativas para lidar com os casos de violência doméstica, já que a legislação era branda. Hoje, com as mudanças provenientes da assinatura da lei e o reconhecimento da mulher como figura indispensável para a sociedade, os agressores recebem punição por seus atos, possibilitando a criação de redes de enfrentamento. De acordo com a promotora, a Lei Maria da Penha surgiu para dar visibilidade às vítimas.

Durante a roda de conversa, mulheres que romperam o ciclo da violência e hoje são atendidas pelo CRAM tiveram a oportunidade de falar sobre as suas experiências. Algumas relataram terem perdido o apoio de familiares ao decidirem pelo fim de um relacionamento abusivo, mas encontraram no CRAM o amparo necessário para seguir com suas vidas. Uma das mulheres falou sobre a importância da Casa de Acolhida: “Na minha situação, encontrar este abrigo foi muito importante. O agressor nos procura sempre nas casas de familiares ou de pessoas conhecidas. Na Casa de Acolhida eu me senti em segurança”, relatou emocionada.

A psicóloga e coordenadora do CRAM, Deiza Gomes, falou sobre a importância da promoção deste primeiro encontro: “Hoje tivemos uma atividade de abertura do Agosto Lilás com a nossa promotora especializada na Vara da Violência Doméstica, dra. Valdirene. Uma roda de conversa informal, onde as mulheres puderam compartilhar as suas histórias e tirar dúvidas. O CRAM sempre foca na valorização e validação da mulher, lembrando de que ela não precisa de um relacionamento para se validar enquanto ser humano. Também trabalhamos para reduzir cada vez mais a ideia de que o homem tem posse da mulher, então acho que nosso debate atingiu o objetivo, e as mulheres saíram daqui mais leves e esclarecidas”, considerou.

Pelo CRAM, participaram da conversa a educadora social Adriana Bastos, a assistente administrativa Maria Ignês Goulart, a assistente social Fabiane Araújo e a estagiária Juliane Vargas. Também estiveram presentes a assessora da Coordenadoria Municipal de Políticas para as Mulheres, Érika Xavier, representando a coordenadora Maria de Lourdes Lose, e a superintendente de Comunicação Institucional da Prefeitura, Nicole Soares. O calendário do Agosto Lilás segue até o final do mês com debates e escutas que promovam a conscientização e o combate à violência contra a mulher.