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Especialistas discutem patrimônio e identidade cultural em palestras sobre os mercados públicos de Rio Grande e Pelotas
19/08/2025
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O Salão Nobre Deputado Carlos Santos, na Prefeitura do Rio Grande, recebeu nesta segunda-feira (18) as palestras que marcaram o encerramento do primeiro dia da programação da Semana do Patrimônio. O tema central foi a importância dos mercados públicos como espaços de memória, resistência e de identidade cultural e religiosa.
O arqueólogo Jorge Oliveira Vianas, mestre em Antropologia e integrante do Instituto de Memória e Patrimônio da Universidade Federal de Pelotas, destacou os desafios enfrentados durante a restauração do Mercado Público de Pelotas. Disse que as intervenções realizadas no passado priorizaram aspectos arquitetônicos e estéticos, mas deixaram de lado elementos cotidianos e comunitários que caracterizavam o espaço.
“Qualquer ação da Prefeitura do Rio Grande em relação ao Mercado Público deve considerar três competências fundamentais: arquitetura, antropologia e arqueologia. Além disso, é necessário envolver a comunidade, valorizando a memória afrodescendente e os elementos identitários que marcam a história local”, ressaltou o pesquisador.
Já o professor Rogério Pereira, da área de Geografia e pesquisador da Universidade do Paraná, trouxe uma reflexão sobre o Mercado Público do Rio Grande como espaço de múltiplas temporalidades e significados culturais. Afirmou que o local ultrapassa a função comercial e se configura também como referência religiosa e cultural, especialmente ligada às tradições afro-brasileiras.
“Para muitos, o mercado ainda é visto apenas como espaço de compra e venda. No entanto, ele guarda uma dimensão simbólica importante, que precisa ser mais discutida e valorizada. O poder público, as universidades e a comunidade têm papel essencial nesse processo”, afirmou Pereira.
As duas palestras, intituladas “Restauração do Mercado Público de Pelotas – RS e os apagamentos antropológicos e arqueológicos” e “Mercado Público Municipal: encontros de uma espacialidade cultural religiosa rio-grandina”, trouxeram contribuições para o debate sobre preservação patrimonial e reforçaram a necessidade de conciliar intervenções físicas com o reconhecimento das memórias coletivas.
As atividades integram a programação da Semana do Patrimônio do Rio Grande, promovida pela Prefeitura Municipal, que segue até a próxima segunda-feira (25), com mais palestras, oficinas e atividades culturais abertas à comunidade.
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