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A Secretaria de Agricultura e Pecuária, em parceria com a Associação dos Guardiões de Sementes Crioulas de Rio Grande, realiza, no dia 6 de setembro, a 6ª edição da Mostra de Sementes Crioulas. A ação acontece no CTG Rafael Pinto Bandeira, na Vila da Quinta, a partir das 9h, e conta com apoio da Embrapa, Emater/RS, Furg e ArtEstação.

O evento, que já se consolidou como referência regional, celebra uma década de preservação e valorização das sementes crioulas no município. A programação contará com palestras, atividades culturais, apresentações de trabalhos e a presença de guardiões de diferentes municípios, como São José do Norte, Pelotas, São Lourenço e Piratini.

O termo “Guardiões das Sementes Crioulas” passou a ser utilizado em 2014, quando o Município estabeleceu uma parceria com a Embrapa, que já realizava trabalho na área. Em 2015, nasceu a ideia de realizar uma feira, reunindo dezenas de produtores, com o objetivo de divulgar, proteger e preservar as sementes crioulas locais, que estavam em processo de extinção.

“Nós estancamos um processo de desconhecimento, de falta de apoio e de incentivo, para criar um evento que valorizasse as sementes e mostrasse para a sociedade a importância desse patrimônio genético. Algumas variedades estão sendo preservadas há mais de 100 anos pelas famílias dos nossos produtores, principalmente do milho, do feijão e da melancia, produzidas nas regiões do Povo Novo e da Palma”, explica o secretário-adjunto de Agricultura e Pecuária, Cledenir Mendonça.

Desde 2018, Rio Grande conta com Lei específica para preservação das sementes crioulas e agrobiodiversidade. Também existe a Associação dos Guardiões de Sementes e da Agrobiodiversidade, que hoje tem 12 famílias participantes. Porém, ao todo, Rio Grande têm 21 famílias que trabalham com as sementes em suas propriedades, em regiões como na Quitéria, Palma, Arraial, Povo Novo, Ilha do Leonídio, entre outras.

Esses produtores são responsáveis pela preservação de mais de 30 espécies, e cada espécie pode ter inúmeras variedades. “Uma espécie é o feijão, que tem mais de 30 variedades diferentes. São cores e gostos variados que a população vai poder conhecer na feira do dia 6 de setembro”, conta Mendonça.

Diante deste contexto, ele defende que as sementes se tornem patrimônio imaterial do Município. “Elas precisam ser patrimonializadas. É uma garantia para que a sociedade tenha a preservação desse patrimônio genético e cultural. Ao longo dos anos, vamos perdendo várias espécies e variedades de sementes, então é um trabalho de resistência e de insistência da nossa gente para a preservação das sementes crioulas e da agrobiodiversidade”, acrescenta.

A prefeita Darlene Pereira também já havia reafirmado o compromisso da gestão municipal com os guardiões das sementes. O compromisso foi reforçado ainda durante o período de transição de governo, realizada, em 2024. O apoio da Prefeitura assegura a realização da mostra, reforçando a importância da preservação da biodiversidade e do fortalecimento da agricultura tradicional.