Notícias

A importância da mulher indígena na preservação da cultura e na luta por direitos esteve no centro das discussões do Fórum das Mulheres Indígenas do Rio Grande, realizado nesta terça-feira (23), no Salão Nobre da Prefeitura. O encontro visou debater as demandas e a atuação das mulheres indígenas no município, reafirmando sua importância na sociedade e na construção de políticas públicas.

A ação foi promovida pelo Conselho Municipal dos Povos Indígenas, em parceria com a Prefeitura, por meio da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para os Povos Indígenas, e com o Comitê Intersetorial de Políticas Indigenistas. A atividade é alusiva ao Dia Internacional da Mulher Indígena, celebrado em 5 de setembro.

A abertura contou com a apresentação artística “Resistência das Mulheres Kaingang”. Em seguida, a mesa foi composta pela prefeita Darlene Pereira, a liderança das mulheres indígenas e coordenadora do Fórum, Sueli Cipriano, a coordenadora municipal de Políticas Públicas para os Povos Indígenas, Tatiana Freitas, a coordenadora de Políticas para as Mulheres, Maria de Lourdes Lose, representando a Câmara de Vereadores, Karina Rocha, secretaria da SMADH, Dianelise Peres, a cacica da Aldeia Tánhve, Angela Ferreira, lideranças das aldeias Yyrembé, Diana Cruz e Pará Rokê, Talcira Gomes, além do presidente do Conselho Municipal dos Povos Indígenas, Cláudio Ka Peni e o Chefe de Escritório da Emater Rio Grande, Rogerio Silveira.

Um dos momentos centrais da programação foi a apresentação da Carta das Mulheres Indígenas Aldeadas de Rio Grande, elaborada no dia 10 de setembro, na Aldeia Tekoa Yyrembé. O documento reafirma a resistência das comunidades e reúne reivindicações voltadas ao acesso a políticas públicas. Entre os pontos destacados estão a inclusão das aldeias em eventos municipais e cívicos, o apoio ao deslocamento das comunidades para reuniões e encontros, e a construção de um protocolo de orientação à população sobre a realidade indígena, com o objetivo de combater a desinformação, o preconceito e o racismo.

A carta também reforça o papel das mulheres na defesa das futuras gerações e da preservação da cultura. “A importância desse encontro é muito grande porque nós, mulheres indígenas, estamos ocupando espaços que precisamos ocupar. Lutamos em defesa das novas gerações e da nossa mãe-terra, que nos dá força e coragem para seguir”, destacou a cacica da Aldeia Tánhve, Angela Ferreira.

Após a entrega da Carta, a prefeita Darlene Pereira recebeu uma homenagem simbólica, sendo presenteada com um cocar por Sueli Cipriano. Em sua fala, a prefeita ressaltou a relevância da presença indígena no município. “Esse também é o lugar de vocês, que merecem respeito como cidadãos e cidadãs. Hoje vemos as crianças participando, preservando a tradição e a história do povo. O que vocês representam aqui é a força da existência, e é com essa força que podemos construir juntos uma cidade melhor”, afirmou.

A programação seguiu com o painel “Território, Alimentação e Políticas Públicas: Construindo o Bem Viver”, ministrado por Mariana Soares, da Emater, que tratou de políticas públicas voltadas à alimentação e ao fortalecimento das comunidades indígenas.

Para a coordenadora de Políticas Públicas para os Povos Indígenas, Tatiane Freitas, a realização do Fórum representa um avanço importante para o município. “Esperamos que a comunidade e as autoridades se abram para conhecer a realidade das populações indígenas que vivem em Rio Grande e que possamos, juntos, construir caminhos de aproximação e respeito”, destacou.

Durante a tarde, a partir das 14h, as atividades seguirão acontecendo na Aldeia Tänhve (Rua Lisboa, n° 130, Balneário Cassino), com roda de conversa, momentos de escuta, partilha e construção coletiva. Os organizadores recomendam que os participantes levem sua cadeira para maior conforto. Ao longo do dia, será ofertada água quente para o chimarrão, e o público também está convidado a levar alimentos para compartilhar.