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O Salão Nobre Deputado Carlos Santos recebeu, na tarde desta quarta-feira (24) o “Encontro com educadores e profissionais da saúde”, atividade pensada para abordar a saúde mental desses profissionais e o contexto do Setembro Amarelo. A partir do tema “Saúde Mental dos Profissionais da Saúde e da Educação: Cuidar e ser Cuidado”, foram realizadas palestras para reforçar a importância do autoconhecimento e do autocuidado, e dos sinais que os colegas de trabalho podem exibir quando estão enfrentando algum problema. A atividade é uma promoção do Programa Saúde na Escola (PSE), por meio das secretarias de Saúde e Educação, e da 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

A ação teve início com uma apresentação do Grupo Musical Escola Viva, em alusão ao Setembro Verde, mês da inclusão. O grupo dedicou sua performance a um colega, falecido recentemente, e emocionou os presentes. “Quero dizer pra banda da Escola Viva que vocês são sempre muito especiais. Alegram a minha vida e me fazem ver que vale a pena a luta e todo o esforço”, declarou a Prefeita Darlene.

Sobre o contexto do Setembro Amarelo da saúde mental, a prefeita ressaltou que é importante discutir o tema, “pensando e cuidando da vida, trabalhando a valorização da vida, respeitando toda forma de vida e a escolha das pessoas por viverem”. Segundo a coordenadora do PSE em Rio Grande, Dalzira Teixeira, o objetivo do evento foi “falar do que precisa ser falado, mesmo que não seja um assunto agradável, para que as pessoas possam ter uma oportunidade de escuta”.

Em seguida teve início a fala da professora da Furg, enfermeira e integrante da equipe do PSE, Giovana Gomes, que contou o que tem visto nas escolas e nos ambientes de Saúde. De acordo com ela, atualmente cinco pessoas estão afastadas por questões de saúde em seu local de trabalho, quatro delas por motivos relacionados à saúde mental.

Durante visitas a escolas e equipamentos de saúde, Giovana dialoga com professores e profissionais de saúde do município, e muitos revelaram se sentirem sobrecarregados. Ela afirmou que, atualmente, 30% dos professores têm problemas de saúde mental.

Entre os fatores apresentados está a mudança no formato de trabalho nos últimos anos, inclusive a respeito de aspectos legais. “Os cursos de formação te preparam para dar aula de determinada disciplina, mas nas escolas as exigências são muito maiores. Nos locais de trabalho na área da saúde, nossas exigências são muito maiores do que apenas ir lá e exercer aquilo para o que tu te preparou. É normal falar da saúde física, mas quando chega na saúde mental, temos dificuldade até de reconhecer o problema e buscar ajuda”, diz.

Também palestrou a psicóloga do 18º Coordenadoria Regional de Educação, Paula Hernann. Em sua apresentação, ela salientou que todos tem sua própria história, e que os demais não conhecem. Por isso, por vezes é muito difícil reconhecer que uma pessoa está com problemas, sendo importante estar atento aos sinais de alerta, como mudanças no comportamento.

Trazendo dados sobre os impactos da saúde mental no ambiente de trabalho, revelou que 37 mil pessoas estão em afastamento no RS por razões relacionadas. Destas, quase 8 mil pessoas têm ansiedade e mais de 1 mil enfrentam depressão.

Reforçando o relatado na manifestação de Giovana, Paula abordou a Síndrome de Burnout como uma das principais dificuldades dos profissionais. Ela explicou que Burnout causa uma sensação de estresse contínuo, aliada a uma exaustão emocional e despersonalização, ou seja, não conseguir ser a pessoa que é e viver no automático. Também expôs reações comuns de uma pessoa nessa situação, como posições de evitar conflitos, atração ou identificação excessiva, ou ataque constante aos demais.

O evento ainda reservou espaço para debate sobre a prevenção e o cuidado com saúde mental no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil, o CapsI.