O presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS), Miguel Frederico do Espírito Santo esteve em Rio Grande na segunda-feira (13), para tratar de um termo de cooperação entre o Instituto e a Prefeitura do Rio Grande, voltado à preservação e valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade. A agenda foi realizada na sede do Executivo Municipal e contou com a participação de gestores da Secretaria de Município da Cultura e Economia Criativa (SMCEC), como a secretária Rita Rache.

Miguel do Espírito Santo disse que a parceria deverá contemplar todo o conjunto de monumentos espalhados pela cidade, com ações específicas para cada peça, de acordo com suas características e necessidades. O dirigente ressaltou que o trabalho dependerá da formulação do protocolo de cooperação, da captação de recursos e da execução dos projetos técnicos de preservação. “São todos os monumentos. Todos vão ser atingidos. Os monumentos vão ser inventariados e, a partir desse inventário, vão ser feitos projetos a respeito deles, de modo geral, e depois de cada um em particular, de acordo com as suas especificidades”, frisou o presidente.

Neste nível, essa é a primeira iniciativa do instituto na cidade. O IHGRGS quer contribuir para que o patrimônio local seja mantido, conservado e valorizado como referência para todo o Rio Grande do Sul e para o Brasil. A secretária Rita Rache reforçou que a proposta está alinhada ao trabalho já desenvolvido pela SMCEC, que atualmente coordena dois grupos de trabalho (GTs) intersecretarias: um voltado à preservação do patrimônio histórico e cultural, e outro dedicado, especificamente, aos monumentos públicos. Ela salienta que esses grupos têm o papel de articular as responsabilidades das secretarias envolvidas e promover ações conjuntas para a conservação do patrimônio. “A parceria com o IHGRGS vem somar esforços, trazendo apoio técnico e qualificação para as decisões e encaminhamentos que precisam ser feitos”, explicou a secretária.

Entre as iniciativas em estudo com o IHGRGS estão o inventário e escaneamento digital dos monumentos, a identificação de peças que necessitam de restauração ou reposição, e a definição de prioridades, como o monumento/túmulo de Bento Gonçalves, localizado na Praça Tamandaré, entre outros de relevância histórica para o Município.

O encontro com o presidente do IHGRGS  também dialoga com ações recentes da Prefeitura, como a articulação com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), voltadas à preservação de bens materiais e imateriais do Rio Grande — cidade reconhecida por sua importância histórica como a mais antiga do estado. “É um trabalho sistemático entre as secretarias e com esses institutos, na busca de saídas e recursos para a conservação do patrimônio do Rio Grande”, afirmou a secretária.

Miguel Frederico lembrou ainda a riqueza cultural da cidade. Disse: "o Rio Grande é riquíssimo em patrimônio, pois "aqui se encontram expressões diversas da nossa história — da resistência negra à fé católica, da arquitetura monumental à Biblioteca Rio-Grandense, que é um verdadeiro tesouro público”. Para ele, preservar esse conjunto é preservar a memória do Estado e do País.

Na reunião com o IHGRGS estiveram, também, a secretária-adjunta da SMCEC, Janice Hias e gestores da secretaria responsáveis pela Fototeca Municipal, pesquisa arqueológica, arquivo, memória, patrimônio e diversidade cultural.