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Na retomada do debate e da implementação de políticas públicas voltadas ao direito da população à alimentação adequada, durante o Fórum Soberania e Segurança Alimentar realizado na sede da Prefeitura do Rio Grande, na quarta-feira (30). A atividade contou com a presença do ex-presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-RS), Juliano de Sá, que elogiou a relevância do momento vivido nacionalmente e localmente.

Durante sua participação, Juliano enfatizou a importância da articulação entre as três esferas de governo no fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). “Rio Grande foi uma das primeiras cidades do estado a aderir ao Sisan, assumindo sua responsabilidade federativa na garantia do direito constitucional à alimentação”, afirmou.

O pesquisador, que atualmente desenvolve doutorado em políticas públicas com foco na trajetória de combate à fome no Brasil, ressaltou o papel estratégico dos conselhos de segurança alimentar e da participação popular na construção de políticas efetivas. Ele lembrou que, nesta semana, o Brasil foi oficialmente retirado, pela segunda vez, do Mapa da Fome, segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). “Essa conquista é resultado direto da retomada de políticas públicas integradas, como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o fortalecimento da alimentação escolar”, destacou.

Juliano também chamou atenção para os desafios ainda existentes, como a insegurança alimentar qualitativa, que atinge especialmente a população de baixa renda. “A alimentação inadequada, baseada em produtos ultraprocessados, contribui para o aumento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade. É fundamental que o poder público continue investindo em ações estruturantes de combate à fome e promoção da alimentação saudável”, pontuou.

Na avaliação de Juliano de Sá, ainda temos muito a avançar, mas é importante reconhecer os passos dados e fortalecer a mobilização da sociedade civil, gestores públicos e demais atores envolvidos. A expectativa dele é de que, com a consolidação dessas ações, Rio Grande contribua de forma significativa para a melhoria dos indicadores nacionais de segurança alimentar.