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Tecnologias e iniciativas locais se destacam no Fórum Soberania e Segurança Alimentar do Rio Grande

31/07/2025

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O Fórum de Segurança Alimentar realizado na noite de quarta-feira (30), na sede da Prefeitura do Rio Grande, reuniu autoridades, pesquisadores, agricultores e representantes da sociedade civil para compartilhar experiências e debater soluções inovadoras para o combate à insegurança alimentar no Município. Entre os destaques do evento, esteve a apresentação de projetos que buscam aproveitar de forma mais eficiente os alimentos produzidos e evitar o desperdício.

Uma das iniciativas apresentadas foi o projeto Rangu’s, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O professor e diretor da Oceantec – Parque Tecnológico, Samuel Bonatto, explicou que o projeto Rangu's consiste em uma tecnologia para conectar doadores, restaurantes que têm alimentos para doação a instituições que possam receber esses alimentos, ou que precisem recebê-los para doações para as pessoas, para consumo imediato. A tecnologia é um aplicativo que faz as conexões e o transporte de alimentos, controla a temperatura, monitora a pressão dos produtos, para garantir que durante o transporte esse alimento vai chegar na qualidade adequada para quem vai consumir.

“Construímos uma tecnologia que não apenas conecta os interessados, mas também faz o monitoramento da temperatura e da pressão do alimento durante o transporte, garantindo que ele chegue em condições adequadas para o consumo”, afirmou Bonatto. Cita que o aplicativo está pronto e os primeiros testes estão sendo realizados no restaurante da Furg. Em breve, será iniciado um projeto-piloto com uma empresa ou organização disposta a doar alimentos regularmente.

Toneladas descartadas

Bonatto ressaltou ainda que a indústria de alimentação, especialmente em refeitórios corporativos, descarta, anualmente, entre seis e sete toneladas de comida ainda própria para o consumo, por conta de variações inesperadas na demanda. “Com certeza, temos mais gente hoje para receber esses alimentos do que alimento para doar. Então, todo alimento é bem-vindo, temos todo o controle, tem todo o processo já especificado, detalhado. Para nós, é extremamente relevante avançar na conexão com essas empresas e que elas se sensibilizem com esse processo, abram as portas para doar alimentos, a fim de que possamos conectar com as instituições e essas instituições possam receber as doações”.

Agricultura familiar valorizada

Outro exemplo de ação local veio da agricultora familiar Ana Paula Machado, moradora da ilha do Leonídio. Ela compartilhou sua experiência como fornecedora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além de sua participação na feira do produtor no balneário Cassino.

“Esse fórum representa um passo importante. Traz um debate lúcido sobre o quanto precisamos fortalecer a agricultura familiar e manter a produção no campo. Muitas pessoas ainda dependem da nossa produção aqui no Sul do Sul”, afirmou Ana Paula, que tem no tomate seu principal produto. Durante o evento, ela conseguiu firmar um novo acordo para a distribuição de parte de sua produção.

Apesar dos prejuízos enfrentados nos últimos anos por conta de eventos climáticos, Ana Paula segue determinada. Ela destacou a importância do apoio técnico da Emater e sugeriu a ampliação da atuação da agricultura familiar para outros setores, como escolas estaduais e presídios. “A produção familiar pode e deve ir além das cooperativas”, concluiu.

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