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O município do Rio Grande foi palco, neste sábado (6), da 6ª Mostra de Sementes Crioulas, realizada no CTG Rafael Pinto Bandeira, na Vila da Quinta. O evento reuniu guardiões e guardiãs das sementes, agricultores familiares, comunidades tradicionais, lideranças políticas e apoiadores, consolidando-se como um espaço de resistência cultural, valorização da agricultura familiar e afirmação da soberania alimentar, ao longo de uma década.

A prefeita Darlene Pereira e secretários do governo municipal prestigiaram a atividade. Em manifestação, ela valorizou a ação e fez o anúncio de que um novo espaço para esses agricultores vai ser disponibilizado, até o final do ano, no Mercado Público da cidade. Darlene também destacou a contribuição das comunidades indígenas, para quem agradeceu por elas estarem “nos ensinando com sua ancestralidade, além de ser uma oportunidade de resgatar conhecimentos históricos e de reconhecer nossa própria origem”.

Marcada por homenagens, entre elas ao secretário-adjunto de Agricultura e Pecuária, Cledenir Vergara Mendonça - apoiador permanente do movimento dos guardiões -, mesas de debate sobre agrobiodiversidade e mudanças climáticas, conexões com comunidades tradicionais, agroecologia e PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), o evento teve almoço coletivo, atividades culturais e a tradicional troca de sementes crioulas. A mostra foi realizada pela Prefeitura do Rio Grande em parceria com a Associação Guardiões de Sementes Crioulas do Rio Grande. Como apoiadores estavam a Emþrapa, Emater/RS, CTG Raphael Pinto Bandeira, Furg e Art Estação.

Mais do que uma feira com sementes crioulas, a mostra se reafirmou como um movimento de insistência e resistência, durante 10 anos, destacando a importância das sementes crioulas como patrimônio genético, cultural e alimentar. “Esse é um movimento de insistência e resistência, uma luta por um patrimônio que a gente tem no Rio Grande, dessa diversidade genética das sementes crioulas, que proporcionam uma variedade alimentar, nutricional, de diversas famílias aqui do nosso interior”, afirmou Camila Baptista, apoiadora da causa.

Manifestações

O chefe do Escritório Municipal da Emater, Rogério Silveira afirmou que o movimento cresceu graças à dedicação dos guardiões. Salientou a importância dessas sementes, das mudas, que são patrimônio que poderão garantir a sobrevivência da humanidade, “livres de royalties e com produção contínua para as famílias”.

Na sequência, o secretário de Agricultura e Pecuária, Nilson Pinheiro enfatizou o papel da agricultura familiar e os avanços no setor, citando que a secretaria tem trabalhado, incansavelmente, para melhorar a vida de quem produz no campo, fortalecendo agroindústrias e ampliando o trabalho com programas como o Programa de Aquisição de Alimentos - PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. 

Apoiador há vários anos do movimento, o deputado federal Alexandre Lindenmeyer reforçou a relevância da mobilização. Disse que “essa é uma causa extraordinária, que une agricultores, pesquisadores, apoiadores e lideranças em defesa de uma agricultura soberana, que garanta a diversidade e a segurança alimentar da população”.