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Curso de Formação e Letramento Racial promove capacitação antirracista para professores da Rede Municipal de Rio Grande
30/09/2025
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O Núcleo de Relações Étnico-Raciais (NRER) da Secretaria de Município de Educação de Rio Grande (SMEd) está realizando o 1º Curso de Formação e Letramento Racial, destinado a professores e professoras da Rede Municipal de Ensino. A iniciativa tem como objetivo formar profissionais de referência em cada escola da Rede, preparados para aplicar práticas pedagógicas antirracistas e garantir a efetividade da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena nas escolas.
A proposta prevê três encontros presenciais. O primeiro ocorreu há uma semana e promoveu oficinas sobre povos de matriz africana, com foco no combate ao preconceito religioso e no uso da música como ferramenta pedagógica.
O segundo encontro acontece durante esta terça-feira (30/09), no Salão Nobre Deputado Carlos Santos, na Prefeitura de Rio Grande, reunindo cerca de 80 educadores, um de cada escola da Rede Municipal. A programação conta com a participação do cartunista rio-grandino Alisson Afonso, premiado internacionalmente, que abordou a importância das narrativas negras nas artes visuais, estimulando os/as docentes a levarem essas linguagens para a sala de aula. Também houve oficina de música e corpo ministrada pelo músico e educador Dionísio Souza, que apresentou técnicas de percussão corporal para trabalhar a musicalidade com os alunos sem necessidade de instrumentos.
O ciclo de formações será concluído no dia 06/10, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), em uma atividade com foco na educação ambiental antirracista e na apresentação das resistências e permanências étnico-raciais frente às atuais formas de colonialidade, que insistem em apagar culturas e saberes racializados.
Formação para além da sala de aula
Segundo Rejane Oliveira, coordenadora do NRER, a proposta é preparar educadores para que se tornem multiplicadores de práticas pedagógicas que combatam o racismo em suas escolas. “Queremos que essas ações reverberem, e que os professores levem materiais, promovam práticas e contribuam para uma educação antirracista, pautada na valorização da diversidade dentro dos espaços educativos. Os educadores tem esse papel de compreender que o racismo existe e, sobretudo, de atuar para combatê-lo”, assinalou.
A coordenadora também destacou que o Núcleo planeja, até 2026, ampliar as formações para todos os servidores públicos da Prefeitura de Rio Grande, de modo que o letramento racial não se limite à Rede de Ensino.
Apoio pedagógico e novas ferramentas
A assessora do NRER, Giovana Pontes, reforça que muitas vezes os professores não têm acesso a materiais teóricos adequados para trabalhar os conteúdos em sala de aula. O curso busca suprir essa lacuna ao oferecer recursos práticos e conceituais, como oficinas artísticas, musicais e audiovisuais.
No período da tarde, por exemplo, os docentes terão acesso a uma série de curtas-metragens com a temática racial, que serão posteriormente disponibilizados às escolas para enriquecer o trabalho pedagógico.
Para Alisson Afonso, além do conteúdo prático, a formação tem um caráter de resistência e afirmação da negritude. “É fundamental ocuparmos os espaços institucionais e produzirmos narrativas negras que, muitas vezes, estão invisibilizadas dentro das escolas. A arte pode provocar reflexões e abrir caminhos para enfrentar o racismo e valorizar a nossa cultura”, concluiu o cartunista.
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