O secretário de Município de Serviços Urbanos, Dirceu Lopes, anunciou nesta quinta-feira (30), durante a reunião do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas, realizada na sede da Secretaria de Planejamento, Habitação e Regularização Fundiária (SMPLANH), que o município do Rio Grande recebeu duas manifestações de interesse privado para o tratamento e aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos. De acordo com o secretário, as propostas apresentadas preveem a transformação dos resíduos - atualmente encaminhados ao aterro do município de Candiota (RS) - em energia e mobiliário urbano, inserindo o Rio Grande em uma nova etapa de desenvolvimento sustentável com base nos princípios da economia circular.

“Recebemos o protocolo de duas empresas que demonstraram interesse em investir em tecnologias para o tratamento de resíduos sólidos. A ideia é transformar aquilo que hoje é um passivo ambiental e econômico em um ativo importante para o desenvolvimento socioeconômico da cidade do Rio Grande, envolvendo cooperativas, catadores e recicladores locais”, destacou Lopes.

Atualmente, o município gasta cerca de R$ 17 milhões por ano com o transporte e destinação dos resíduos sólidos para o aterro de Candiota. Dirceu Lopes informa que, se confirmado o interesse do Executivo por alguma das propostas, a Prefeitura do Rio Grande poderá reduzir custos e gerar renda, agregando valor ao material coletado e promovendo inovação na gestão de resíduos urbanos.

O secretário disse que, atualmente, a administração municipal paga para transportar o lixo. “Queremos mudar essa lógica e fazer com que o resíduo seja tratado e transformado em energia ou mobiliário urbano, gerando renda e fortalecendo a cadeia produtiva da reciclagem aqui no Rio Grande. Essa é uma medida que une sustentabilidade e eficiência na administração pública”, acrescentou.

Lopes explicou que a secretaria realizou visitas técnicas a diferentes estados brasileiros, a pedido da prefeita Darlene Pereira, para conhecer experiências bem-sucedidas de reaproveitamento de resíduos e avaliar modelos aplicáveis ao contexto local. O recebimento das manifestações de interesse é o primeiro passo para a estruturação de um projeto de parceria público-privada (PPP) ou de concessão ambiental, que deverá passar por análise técnica e jurídica. O secretário ressaltou ainda o impacto ambiental positivo da iniciativa. “Hoje, recolhemos, aproximadamente, 320 toneladas de resíduos por dia, considerando a coleta domiciliar, a coleta programada e a coleta seletiva. Apenas a coleta domiciliar representa cerca de 168 toneladas diárias. Com o novo modelo, queremos reduzir o envio para aterros, ampliar a reciclagem e contribuir para as metas de mitigação das mudanças climáticas”, explicou. A proposta, ressalta, está alinhada às diretrizes do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e reforça o compromisso da administração municipal com políticas públicas sustentáveis e inovadoras.