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SMMA aguarda envio do projeto Geoparque Paisagem das Águas à Unesco

13/11/2025

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A Secretaria de Município do Meio Ambiente (SMMA) do Rio Grande está na expectativa do envio à Unesco do projeto Geoparque Paisagem das Águas, uma iniciativa de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que busca o reconhecimento internacional do território do sistema estuarino da Lagoa dos Patos como uma área de referência em conservação ambiental, educação e desenvolvimento sustentável. O projeto, coordenado pelo professor Adriano Simón, é uma ação interdisciplinar que une esforços de diferentes áreas do conhecimento para promover a valorização, conservação e o uso sustentável da geodiversidade, englobando também a biodiversidade e a sociodiversidade do território. 

A proposta envolve uma área de cerca de 8.600 km², abrangendo os municípios de Rio Grande, Pelotas, São Lourenço do Sul, Turuçu, São José do Norte e Arroio do Padre. A secretária-adjunta da SMMA, Daiane Marques menciona que o projeto nasce da necessidade de uma governança territorial integrada entre os municípios que compartilham esse patrimônio natural, marcado por pressões antrópicas, ameaças climáticas e desafios de conservação.

O Geoparque Paisagem das Águas está localizado em uma região singular, onde convergem as duas maiores lagunas da América do Sul — a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. Daiane salienta que essa característica torna o território único, tanto pelos seus aspectos geográficos e ecológicos quanto sociais. “A proposta busca estruturar um território de referência científica, educacional e de desenvolvimento sustentável, reconhecido internacionalmente pela Unesco. Esse reconhecimento valoriza nossa identidade territorial, estimula o turismo científico, o ecoturismo e o turismo comunitário, e orienta políticas públicas de uso sustentável dos recursos naturais”, completou.

Entre os pontos de maior relevância do território, estão o Canal São Gonçalo — que conecta as duas lagoas —, a Barra do Rio Grande, as ilhas lagunares como a dos Marinheiros e da Torotama, as praias lagunares, os cordões litorâneos e as áreas úmidas que compõem o sistema costeiro. Esses ambientes têm papel fundamental no controle das cheias, na regulação climática e na manutenção da biodiversidade aquática e terrestre, prestando serviços ecossistêmicos essenciais à região.

A consolidação do Geoparque Paisagem das Águas depende de um processo contínuo de articulação e cooperação entre os municípios, instituições de ensino e pesquisa, órgãos ambientais — como a SMMA — e as comunidades locais. O objetivo é construir uma governança compartilhada capaz de garantir a chancela da Unesco e promover um modelo de desenvolvimento sustentável que una resiliência climática, valorização do patrimônio natural e fortalecimento das identidades e modos de vida locais.

“A participação da SMMA nesse processo é estratégica, pois reforça o compromisso do município do Rio Grande com a conservação ambiental, resiliência climática e com a integração regional em torno da sustentabilidade e da valorização do nosso patrimônio natural”, concluiu Daiane Marques.

Projeto Geoparque na Unesco

O Projeto Geoparque Paisagem das Águas teve início em 2023, no âmbito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e desde então vem avançando em diferentes frentes. Atualmente, está nas etapas de levantamento da geodiversidade, avaliação e inventariação do geopatrimônio, popularização do conhecimento sobre o território e articulação das instâncias de governança, envolvendo prefeitos, secretários municipais e diversos sujeitos do território, como pescadores, artesãos, quilombolas e guias de turismo.

Conforme explica o professor AdrianoSimón, "toda essa sinergia é essencial para que possamos avançar da fase de projeto para a fase de aspirante, momento em que o território se torna elegível à submissão do dossiê de candidatura à UNESCO e à posterior visita de avaliação para a chancela oficial". Essa trajetória, diz, depende fortemente do fortalecimento das articulações locais e da consciência coletiva sobre a relevância singular do estuário da Lagoa dos Patos.

A própria Unesco destaca que, para um território ser reconhecido como Geoparque, ele precisa funcionar como tal antes mesmo de receber o selo. Por isso, "todo o trabalho em andamento, nas esferas da proteção ambiental, governança, visibilidade e valorização internacional do patrimônio natural abiótico é fundamental para consolidar essa base e garantir um processo sólido e participativo rumo à chancela", finaliza o professor.

Para mais informações sobre o projeto, acesse https://www.instagram.com/geoparquepaisagemdasaguas?igsh=cHZyaWh4d29yMDdx.

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