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Natal Solidário leva alegria, serviços e esperança a milhares de crianças na Zona Oeste do Rio Grande
Em uma tarde de sol intenso, a Praça dos Eucaliptos foi iluminada pela solidariedade, pelo riso das crianças e pela certeza de que, para milhares delas, este sábado foi um Natal antecipado — talvez o único —, mas certamente inesquecível.
21/12/2025
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O que durante dias foi expectativa para moradores da região Oeste de Rio Grande se transformou, na tarde quente e ensolarada deste sábado (20), em emoção, correria e muitos sorrisos. Justamente no Dia Internacional da Solidariedade, a Praça dos Eucaliptos, no bairro Castelo Branco, foi tomada por milhares de crianças e suas famílias para viver um Natal que ficará marcado na memória da comunidade. O Natal Solidário, promovido pela Prefeitura do Rio Grande em parceria com associações de moradores, instituições e diversas entidades, levou diversão, shows (incluindo o Grupo Musical Escola Viva e o Trio do Balanço), acolhimento e serviços públicos a uma das regiões com maior vulnerabilidade social do Rio Grande.
Desde o início da tarde, famílias começaram a ocupar a praça. Sob sol forte, filas se formaram em volta dos brinquedos infláveis espalhados pelo entorno do espaço. Havia atrações de todos os tipos, mas um dos maiores sucessos foi o inflável com espuma, além de outros equipamentos disponibilizados pelo SESC, que garantiram a diversão da criançada até o final da tarde. Mais do que lazer, o evento simbolizou a presença do poder público e de parceiros junto a uma comunidade historicamente carente de ações desse porte.
A prefeita Darlene Pereira acompanhou de perto a ação, desde a chegada do Papai Noel e ajudou a organizar as filas das crianças, permanecendo até o final da atividade. Em sua fala, ressaltou o significado da data. “Hoje é o Dia Internacional da Solidariedade. Estar aqui, em uma comunidade com tantas vulnerabilidades, trabalhando junto com as associações e oferecendo essa festa para as crianças é motivo de muita felicidade. Nada disso seria possível sem as parcerias, as doações e o envolvimento da comunidade. É assim que queremos seguir trabalhando”, afirmou, agradecendo a todos os envolvidos, especialmente à Marinha do Brasil pela chegada aérea do bom velhinho.
Papai voou
O ponto alto da festa veio do céu. O barulho do helicóptero da Marinha do Brasil, anunciado pelo locutor da festa, indicou a chegada do Papai Noel e provocou uma verdadeira corrida de crianças no entorno do campo de futebol da praça. Era abraço atrás de abraço, mãos estendidas, olhos brilhando e uma alegria difícil de descrever quando o bom velhinho apareceu. Muitas das crianças e seus pais sabiam que aquele seria, talvez, o único momento de contato com o Papai Noel neste Natal — e, quem sabe, a única oportunidade de receber um brinquedo. A cena se repetiu pela segunda vez na história da praça: a primeira havia ocorrido em 2017, durante a gestão do prefeito Alexandre Lindenmeyer.
Papai Noel não veio sozinho para a festa. Em seguida, se juntou com a Mamãe Noel e não economizaram carinho e abraços para a criançada. Bola, boneca, carrinho e muitos outros brinquedos foram distribuídos por eles, tudo fruto de doações de instituições e empresas da cidade arrecadados pela gestão da Prefeitura. O conteúdo do pacote era o que menos importava. O que valia mesmo era o sorriso aberto, o brilho no rosto e a emoção estampada também nos olhos de pais e mães, quando o momento de se encontrar com o protagonista da festa chegava. Fotos não faltaram ao lado de cada um dos noéis – papai e mamãe.
Morador do Castelo Branco há dez anos, Rafael de Bernardes, 40 anos e frentista, acompanhava a esposa Fabiele Martins e os dois filhos, um deles ainda no carrinho de bebê. Para ele, a importância do Natal Solidário vai além da festa. “É muito importante. A situação é muito complicada para muitos moradores. É um modo de lazer melhor para as crianças e também para os pais”, afirmou. Fabiele, do lar, reforçou o sentimento. “Eu achei muito legal para todas as crianças. Muitos pais não têm condição de dar um presentinho. Somos eternas crianças, né?”
Outra moradora da região, Paula Miranda Goularte, mãe de um menino, também se emocionou ao ver o filho receber o presente. “Gostei muito da festa. A chegada do Papai Noel foi muito legal, as crianças se divertiram bastante. Tinha muita gente, muitos vizinhos, foi muito bonito de ver”, contou.
Ampla mobilização
A realização do Natal Solidário foi resultado de uma ampla mobilização comunitária. Ao lado da Prefeitura, diversas entidades se uniram, entre elas a União Rio-Grandina de Associações de Bairro (URAB). O presidente da entidade, Robert da Silva destacou o caráter coletivo da ação. “Foi muito bonita e participativa. Tivemos vários bairros juntos, a Prefeitura, a URAB, o Comitê de Cidadania e muitas outras instituições. Tirar as pessoas de dentro de casa já é uma luta. Esse espaço é deles, é para ser ocupado pela comunidade”, ressaltou.
Emoção teve o presidente da Associação de Moradores do bairro Castelo Branco I, Oswaldino Oliveira, o Dinho, que não conteve as lágrimas ao falar do evento. Disse que a união entre os bairros Castelo Branco I e II foi decisiva. “Decidimos não fazer festas separadas e unir forças. Procuramos a Prefeitura, que foi parceira desde o início. O que estamos vendo hoje é o resultado disso”, afirmou. Surpreso com a adesão das famílias, Dinho estimou a distribuição de quase 3.000 brinquedos. “Esse povo merece. É um povo sofrido, carente. Hoje eles estão felizes, e isso não tem preço”, completou.
A Associação de Moradores do Castelo Branco II foi outra entidade que teve papel central na organização. A vice-presidente Pâmela de Lima Lapa destacou a grandiosidade do momento. “Fazia muito tempo que a gente não via um evento grande assim. A ideia surgiu dentro da associação, juntamos forças com o Castelo Branco I, dividimos tarefas e organizamos tudo. Eu sabia que viria muita gente, porque a comunidade é muito carente. Esse momento do Papai Noel chegando de helicóptero foi brilhante”, afirmou. A expectativa dela era receber milhares de crianças na ação.
O secretário de Relações Institucionais e Comunitárias, Cláudio Costa, lembrou que a ação integra o Mutirão da Cidadania, realizado mensalmente em diferentes regiões da cidade. “Hoje estamos na Zona Oeste com o Natal Solidário, fruto de uma construção coletiva com as associações e a comunidade. Tivemos apoio de empresas, pessoas físicas, da Marinha - que possibilitou a chegada do Papai Noel. Não são só brinquedos, é lanche, diversão, serviços. Tudo aqui é resultado de uma construção solidária”, destacou. Na mesma linha, o vice-prefeito Renato Gomes, o Renatinho, destacou o conjunto de ações natalinas realizadas pela Prefeitura em diferentes bairros. “É um momento feliz. A Prefeitura está indo ao encontro das comunidades, levando pertencimento, integração e carinho. Aqui as crianças estão tirando fotos, recebendo presentes, lanche, atenção. Esse é o espírito do Natal que queremos para a nossa cidade”, disse.
Comitê de Ação da Cidadania
Entre os parceiros fundamentais do evento esteve o Comitê de Ação da Cidadania, que atua há quase 30 anos no Rio Grande. Representando a entidade, Elza Arrieche emocionou-se ao falar da realidade vivida por muitas famílias da Zona Oeste. “Fazer o bem é uma obrigação nossa. Essa realidade é dura. Muitas crianças não têm sequer o necessário. Muitas vezes, a mamadeira não recebe leite, mas água com açúcar, quando tem”, relatou.
Para Elza, o Natal Solidário representa muito mais do que um presente. “Hoje essas crianças recebem algo que vai além do brinquedo. Recebem um momento de alegria, de dignidade, de esperança. Se cada um faz um pouquinho, é como uma colmeia. Aqui somos braços unidos pelo bem”, concluiu.
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